Duas operações deflagradas nesta terça-feira (11) tiveram passagem por Cachoeirinha durante uma ofensiva que mira um grupo empresarial suspeito de sonegar mais de R$ 72 milhões em impostos no Rio Grande do Sul. As ações, batizadas de River e Helter Skelter, cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em residências e estabelecimentos de Porto Alegre, Canoas e Cachoeirinha.
Ao longo da força-tarefa, quatro pessoas foram presas por posse ilegal de armas de fogo. A Justiça também decretou a indisponibilidade de bens dos investigados, somando R$ 82 milhões, o que resultou na apreensão de veículos de luxo — entre eles Porsche, BMW, Mercedes e Jeep — além de relógios, joias e sete armas de fogo.
As ofensivas envolvem o Gaeco (Ministério Público), a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a Secretaria da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita Estadual, e a Brigada Militar, instituições que integram o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira-RS).
Segundo a investigação, o grupo teria iniciado práticas de sonegação fiscal ainda em 2005, com as primeiras autuações registradas em 2007. A Receita Estadual já monitorava as empresas, classificadas como devedoras contumazes e incluídas no Regime Especial de Fiscalização.
Para ocultar os verdadeiros controladores e evitar responsabilização tributária, os investigados utilizavam procuradores e mantinham empresas de fachada e “laranjas”, inclusive com sócios formais que eram ex-funcionários, motoristas e porteiros. Mesmo após sucessivas autuações, continuaram declarando ICMS devido sem efetuar os pagamentos.
Em 2018, após uma das fiscalizações, o grupo teria se dividido em dois núcleos empresariais, mas mantendo o mesmo padrão de irregularidades. O Ministério Público informou que o processo segue sob segredo de Justiça, e por isso os nomes dos investigados e das empresas não foram divulgados.
