A Comissão Processante da Câmara de Vereadores de Cachoeirinha aprovou, nesta terça-feira, o parecer do relator Otoniel Gomes (MDB) que recomenda o prosseguimento do segundo processo de impeachment envolvendo o prefeito Cristian Wasem (MDB) e o vice-prefeito Delegado João Paulo Martins (PP). Com a decisão, o caso avança para a fase de instrução, na qual serão produzidas provas, ouvidas testemunhas e analisados documentos relativos aos oito eixos de possíveis irregularidades apontados na denúncia.
No caso do prefeito, o parecer sustenta haver indícios suficientes para aprofundar a apuração sobre atos administrativos iniciados na gestão anterior, mas que seguem gerando efeitos no mandato atual; supostas irregularidades acumuladas ao longo dos anos; e o conjunto de acusações reunidas nos oito pontos centrais da denúncia, envolvendo contratos, atos administrativos e eventuais omissões.
Já em relação ao vice-prefeito, a análise contempla exclusivamente os atos praticados no período em que assumiu interinamente o comando do Executivo. Entre eles estão a contratação emergencial de R$ 500 mil, a abertura de créditos especiais que somam R$ 4,8 milhões, a possível omissão no atendimento a um Pedido de Informação da Câmara e atos administrativos autônomos adotados durante a gestão interina.
Com a abertura da fase de instrução, as defesas têm 24 horas para confirmar ou ajustar suas listas de testemunhas, limitadas a dez nomes. A comissão tem até 90 dias para apresentar o relatório final. Caso o documento recomende a cassação, a decisão será levada ao plenário, onde são necessários 12 votos para a perda do mandato. A expectativa é de que ambos os processos possam ser votados ainda em 2025, em meio a um ambiente político tensionado pelos resultados anteriores, que registraram 13 votos favoráveis à admissibilidade das denúncias.
