Atualmente é bem conhecida a prática do cosplay, a experiência de dar vida a um personagem com vestuários, acessórios, cenários e principalmente a interpretação artística. Mas qual a história da origem desta prática e como ela se profissionalizou, garantindo, inclusive, retorno financeiro a quem é adepto?
Bom, vamos voltar lá para 1939, nos Estados Unidos, onde Myrtle Rebecca Nolan fez a mão dois trajes futuristas baseados na revista Pulp e no filme “Things to come” (“Daqui a cem anos” no Brasil) para ela e o namorado (Forrest J. Ackerman) usarem na primeira Worldcon (World Fiction Convention), convenção de fantasia científica que dura até hoje e é super renomada no assunto!
O “futurecostume” foi o primeiro registro de uma fantasia inspirada em ficção, sendo utilizada por alguém voltado a arte de ser o imaginável. Desde então virou um costume público e a própria Worldcon iniciou concursos premiando as melhores criações. Na época, não se fazia cosplay de personagens existentes, mas apenas novos personagens imaginados. Mas essa prática não era chamada cosplay ainda, já que o termo surgiu apenas nos anos 80, quando Nobuyuki Takahashi leva essa cultura após participar justamente de uma Worldcon e incentivar a prática em seu retorno ao Japão divulgando isso nas revistas de ficção.
A partir disso, se popularizam os cosplays de personagens já existentes como dos animes, sendo incentivados durante as Comic Markets, evento que ainda é realizado em Tóquio. 1983 foi o ano que Takahashi usou o termo cosplay como uma junção de costume play (costume = roupa + play = atuar).
Muitos passos foram dados para chegarmos ao que vemos hoje, não é mesmo? Pois hoje é quase impossível para um amante da cultura geek não saber o que é um cosplayer. Presentes em diversos eventos, estes profissionais apaixonados são até mesmo contratados para participar dos mais diversos nichos e setores da indústria. Existem empresas que pagam os cosplayers para esse tipo de envolvimento.
De concursos em eventos a simplesmente uma paixão em dedicar tempo (muito) para fazer o mais original ou o mais fiel cosplay. E nós no RS não ficamos fora de tudo isso, tendo, inclusive, grupos envolvidos com organizações desses membros para participação em eventos e divulgação, como o Cosplay Cultura RS e o Cosplay Connect RS, que atuam no Instagram neste sentido.
Há também jovens gaúchos que atravessam as fronteiras dos pampas e levam seus cosplay para eventos consagrados como a CCXP (Comic Con Experience) ou a BGS (Brasil Game Show). Falando em jovem gaúcho, a Astrid Bocklage, que é de Porto Alegre, definiu para nós o que é o cosplay na vida dela: “o cosplay nos dá o poder de sermos o que sempre sonhamos, quebrando as barreiras do impossível”. Ela é cosplayer e participa de eventos desde 2010.
É fato que nossa admiração por essa arte tão encantadora e diferente é grande. E que ela siga crescendo e fazendo sonhos se tornarem reais no universo geek!
*Andrei Viana é pedagogo e produtor de conteúdos relacionados à cultura geek. Criador do canal do YouTube PadaYou, também participa da programação e realiza a cobertura de eventos do segmento. No Instagram @1padayou, divulga diversos materiais sobre o universo nerd.