A falta de preparo físico seguida pela prática em intensidade repentina pode causar diversas lesões. Esse alerta e algumas precauções são destacadas pelo especialista, participante da última edição do programa Papo de Saúde.
Estudo realizado pelo Massachusetts General Hospital, no ano passado, nos Estados Unidos, revelou que a atividade física esporádica dos “atletas de fim de semana”, como costumamos chamar, reduz a possibilidade de ocorrência de até 264 doenças. Ao todo, cerca de 90 mil pessoas participaram da pesquisa. A informação é positiva, no entanto sempre é importante tomar alguns cuidados ao praticar exercícios de forma irregular. Não apenas músculos, tendões e articulações, mas também a saúde cardiorrespiratória está em jogo.
As principais lesões nesse grupo de praticantes de esportes são entorses, distensões, estiramentos, contusões, tendinopatias e fraturas, frequentemente causadas pela falta de preparo físico e pela prática em intensidade repentina. O risco aumenta porque o corpo não está acostumado aos movimentos repetitivos e à sobrecarga súbita, o que o torna mais propenso a traumas musculares e articulares, especialmente nos membros inferiores, como joelhos e tornozelos.
Além disso, os atletas amadores, ou “atletas de fim de semana”, correm risco cardiovascular, especialmente se apresentarem condições cardíacas pré-existentes não diagnosticadas ou negligenciarem o preparo adequado. Embora a atividade física traga inúmeros benefícios à saúde, o esforço intenso e irregular, comum nesse grupo, pode representar um perigo para alguns indivíduos e levar à morte súbita, infarto, arritmias cardíacas, lesões no miocárdio e nos vasos sanguíneos. Pessoas com histórico de diabetes, hipertensão, colesterol alto, obesidade ou tabagismo apresentam maior risco e devem realizar uma avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade intensa.
A fisioterapia desempenha um papel fundamental não apenas no tratamento, mas também na prevenção de lesões. O processo começa com uma avaliação detalhada e individualizada de cada pessoa para identificar possíveis riscos e, caso seja detectada alguma lesão, iniciar o tratamento. O fisioterapeuta dispõe de diversos recursos para acelerar a recuperação. Sua atuação também é importante na orientação do atleta e na integração com os demais profissionais de saúde, principalmente os médicos.
É importante destacar que a fisioterapia não atua apenas em questões relacionadas a músculos e articulações. A função cardíaca também é avaliada, principalmente quando há necessidade de uma reabilitação. Esses objetivos são alcançados por meio de exercícios aeróbicos supervisionados, treinamento de força e flexibilidade, além de orientações voltadas a um estilo de vida mais saudável.
É primordial que a pessoa entenda que, antes de praticar sua corrida, futebol, vôlei, tênis ou qualquer outra modalidade é necessário procurar um profissional da área da saúde. No caso da fisioterapia, se realiza uma análise biomecânica e uma avaliação de riscos para identificar desequilíbrios musculares, problemas posturais e possíveis fragilidades.
Além disso, são elaborados planos de treinamento específicos para fortalecer a musculatura, aprimorar o equilíbrio, a flexibilidade e aumentar a estabilidade. O fisioterapeuta também orienta sobre técnicas de prevenção, aquecimento, resfriamento e cuidados corporais para minimizar o risco de lesões. A atividade física, mesmo que realizada apenas aos finais de semana, pode ser benéfica, desde que haja orientação adequada!
*Christian Coronel é coordenador do Setor de Fisioterapia do Hospital Dom João Becker. O fisioterapeuta foi o convidado da última edição do programa Papo de Saúde, transmitido pelo Instagram do Giro de Gravataí.
Clique aqui para assistir a entrevista completa.
