Gripe, vírus sincicial e infecções de inverno: importante ficarmos alertas

 

Desde maio, tem se observado um aumento expressivo nas hospitalizações por quadros gripais, principalmente causados pelo vírus Influenza. Durante os meses de inverno, há maior circulação de vírus respiratórios, já que as pessoas tendem a permanecer mais próximas umas das outras, e em ambientes fechados. Porém, o fator determinante para o cenário atual, sem dúvida, é a baixa cobertura vacinal no Rio Grande do Sul e no Brasil. Os quadros que demandam hospitalização são classificados como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e é justamente isso que buscamos prevenir com a imunização.

A cobertura vacinal ainda está muito aquém da meta de 90% no Rio Grande do Sul. Até o final de maio, não havíamos alcançado sequer a metade do esperado. A baixa adesão se deve, principalmente, à desinformação. Muitas pessoas ainda acreditam que a vacina possa causar um quadro gripal, o que não é verdade, já que o imunizante é composto por vírus inativado, sem capacidade de desencadear uma infecção.

Muitos também têm a falsa percepção de que a gripe não é uma doença grave. No entanto, pessoas não vacinadas, fundamentalmente as de grupos de risco, podem evoluir para quadro severo, inclusive, com possibilidade de óbito.

É importante distinguir as diferentes formas de infecções. A gripe é causada pelo vírus influenza, principalmente, pelos tipos A e B. O resfriado, por sua vez, pode ser causado por uma variedade de vírus respiratórios. Quanto às manifestações clínicas, a gripe costuma apresentar sintomas mais intensos e duradouros, enquanto o resfriado tem apresentação mais branda e com rápida recuperação. A infecção por influenza pode ser particularmente grave em grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas (comorbidades).

Na SRAG ocorre um processo inflamatório rápido e intenso, que pode evoluir para insuficiência ventilatória, uma condição em que há necessidade de suporte de oxigenoterapia. Portanto, é preciso ficar atento aos sinais de alerta, especialmente: dificuldade para respirar, sensação de falta de ar, fadiga intensa e febre alta.

O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma das principais causas de infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças pequenas. Geralmente provoca sintomas leves, porém pode desencadear quadros mais graves em recém-nascidos prematuros, menores de seis meses e crianças com menos de dois anos com alguma condição congênita ou adquirida que comprometa a respiração. Entre as manifestações graves geradas por esse vírus, destacam-se a bronquiolite, uma inflamação das pequenas vias aéreas, e a pneumonia. A infecção por VSR também pode acometer adultos e, na maioria dos casos, se manifesta como um resfriado comum, com sintomas leves. No entanto, em certos grupos, como idosos ou pessoas com alguma imunodeficiência, pode haver quadros mais graves e que demandam hospitalização.

Além da vacinação, alguns cuidados são essenciais para a prevenção de infecções por vírus respiratórios. A higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, sempre que possível, é fundamental. Também é importante cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, manter os ambientes bem ventilados e evitar contato com pessoas que apresentem sintomas. Caso você esteja com sintomas, evite sair de casa. Porém, se for necessário sair, não se esqueça de usar máscara.

*Dra. Bruna Fabro é médica infectologista do Hospital Dom João Becker. A especialista foi a entrevistada desta terça-feira (24/6) no programa Papo de Saúde com a jornalista Thaila Lopes.

Confira aqui a live transmitida pelo Giro de Gravataí em parceria com o Hospital Dom João Becker.

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