Vivemos tempos em que o corpo pede socorro – e a mente também.
As telas cresceram, as rotinas se aceleraram e o silêncio virou raro. O resultado? Ansiedade, estresse, sedentarismo e um afastamento perigoso daquilo que nos faz essencialmente humanos: o movimento.
Mas o movimento é mais do que exercício. É reencontro. É o momento em que o corpo conversa com a alma e ambos lembram quem são. Não há remédio que substitua o poder de uma corrida leve, um jogo, uma dança, uma brincadeira em família.
Como diz um renomado médico especialista em longevidade, “o exercício físico é a melhor ferramenta para prevenir a demência.” E não apenas a demência clínica – mas também o esquecimento de viver, de sentir e de se conectar com quem amamos.
O movimento cura porque desperta. Ele ativa músculos, mas também memórias. Faz o coração bombear sangue e, junto dele, esperança. Faz o corpo suar e, junto do suor, libera o que sufocava dentro. O movimento cura porque devolve sentido ao que estava adormecido.
Na escola, nas empresas, nas famílias – onde há movimento, há vida.
Quando um aluno se move, ele aprende; quando um idoso se move, ele renasce; quando uma comunidade se move, ela se transforma.
O movimento é inclusão, é convivência, é alegria compartilhada.
Por isso, deixo aqui um desafio aos pais, mães e familiares: coloquem na agenda 20 minutos por dia para se mover com suas crianças. Brinquem, dancem, caminhem, joguem bola, pedalem, pulem corda – o importante é fazer juntos.
Vinte minutos de presença real valem mais do que horas de distração nas telas. É nesse tempo simples que se constroem vínculos, memórias e saúde.
Doenças como diabetes, hipertensão e obesidade não surgem de um dia para o outro. Elas são silenciosas e perigosas, construídas ao longo dos anos por falta de cuidado e movimento. A prevenção não começa no consultório –começa em casa, quando alguém decide trocar o sofá por uma volta no quarteirão.
O movimento cura porque é uma cultura. E essa cultura precisa voltar a morar dentro das famílias. Cuidar do corpo é cuidar da vida. E o melhor remédio continua sendo aquele que não custa nada: VIVA O MOVIMENTO!
*Junior Damiani é educador físico, fundador da VOM (Viva o Movimento) e professor do Colégio Dom Feliciano.
