“Os clientes reclamam muito da falta de produtos”, afirma funcionária do Nacional; lojas de Cachoeirinha e Gravataí irão fechar

 

Nos últimos tempos, tem sido habitual na rotina de trabalho da operadora de caixa do supermercado Nacional, de Cachoeirinha, ouvir reclamações dos clientes sobre a falta de produtos nas prateleiras. “Diariamente ouvimos esse tipo de reclamação. Os clientes ficam insatisfeitos porque faltam produtos ou porque não há variedade. Tem um idoso que toda a vez que passa aqui faz a mesma queixa. Ele diz que só não vai em outro mercado porque aqui é mais perto de casa”, afirma. O relato não é uma grande novidade para quem está acostumado a frequentar a bandeira. “Me criei em Cachoeirinha e sempre comprei no Nacional. Esse é um problema crônico”, completa uma dona de casa que preferiu, assim como a trabalhadora, não se identificar.

A questão pode estar agravada, tanto na loja de Cachoeirinha como em Gravataí, pela informação confirmada pelo Grupo Carrefour Brasil de que as unidades de ambas as cidades serão fechadas. Outras cidades, como Canoas, Pelotas, Guaíba, São Gabriel e Barra do Ribeiro, além de sete lojas em Porto Alegre, também encerrarão as atividades, assim como unidades do Litoral, como Tramandaí, Capão da Canoa e Torres. Em um comunicado ao mercado compartilhado pelo Grupo Carrefour Brasil via assessoria de imprensa, o plano de desinvestimento está previsto para acontecer no primeiro semestre de 2025. Nos mercados da rede, por enquanto, a informação é só um boato. “Não nos comunicaram nada sobre o fechamento, mas ouvimos isso há anos”, completou a operadora de caixa de Cachoeirinha.

Grupo focará em grandes lojas

Comprada pelo Carrefour em 2022, as 47 lojas da bandeira Nacional no Estado, e outras 17 da bandeira BomPreço, que ficam no Nordeste, tentaram ser vendidas para levantar R$ 400 milhões. Algumas delas foram negociadas, outras não. Entre as que não foram vendidas estão as unidades de Cachoeirinha e Gravataí. O endereço onde o supermercado está localizado na parada 52 da Avenida Flores da Cunha, tradicionalmente sempre abrigou supermercados. No passado, os extintos Real e Bonjour já marcaram presença no mesmo local.

Os planos do Grupo são simplificar e agilizar suas operações do segmento varejo, focando o negócio em lojas de grandes formatos, como as operações Carrefour, Atacadão e Sam’s Club, que serão mantidas. Unidades menores que restarem terão a marca Carrefour Bairro. Conforme o comunicado do Carrefour, as 47 lojas do Nacional e as 17 lojas da bandeira BomPreço representaram, em 2024, apenas 1,3% das vendas brutas totais do Grupo e 6% das vendas brutas do segmento varejo, com contribuição negativa de –R$ 42 milhões no EBITDA, que é um indicador utilizado na análise de empresas.

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