Paixão por super-heróis se tornou um propósito de vida para morador de Cachoeirinha

 

Ao entrar na casa do publicitário Kelvin Garcez, de 33 anos, é impossível não se sentir nostálgico. Cada cantinho do imóvel guarda histórias e lembranças da infância. Há coleções de videogames, brinquedos, gibis, revistas, fitas VHS e DVDs que fazem qualquer um viajar no tempo, especialmente os que vivenciaram o sucesso de personagens e atrações infantis dos anos 80 para cá. O morador do Jardim Betânia, em Cachoeirinha, sempre foi fascinado por super-heróis e começou a colecionar peças que remetem ao universo geek na fase adulta.

Batman, Super-Homem, ThunderCats, Cavaleiros do Zodíaco, Chaves e Chapolin, Turma da Mônica, TV Colosso, personagens da Disney… A lista de histórias que encantavam Kelvin na infância é extensa, mas nada se compara à paixão pelos Power Rangers, que prevalece até hoje. Ele não sabe o que exatamente despertou seu interesse por esses heróis, cujo seriado e produtos correlatos já eram muito populares na década de 90. Acredita, todavia, que o próprio roteiro da série influenciou nessa preferência. “São jovens comuns que foram selecionados por sua garra e coragem para combater o mal da terra. E eu sempre gostei muito de histórias de heroísmo”, frisa.

Segundo o publicitário, que cresceu em Gravataí, quando criança era muito difícil adquirir brinquedos de seus super-heróis prediletos. Contudo, mesmo com poucas condições, seus pais, José Roberto (Beto) e Nelza, fizeram grandes esforços para presenteá-lo algumas vezes. Adulto e trabalhando, começou a comprar alguns itens que desejava desde pequeno. “Essa paixão de infância nunca se apagou e comecei a colecionar”, explica.

Entre tantas peças especiais, obviamente que brinquedos e acessórios dos Power Rangers têm destaque. Kelvin tem quase 20 capacetes dos personagens, bonecos, arminhas, “morfadores”, jogos, álbuns de figurinhas, entre outros produtos. Também possui o traje completo do Power Ranger Vermelho, que utilizou inicialmente em confraternizações da família, mas hoje é sua “ferramenta” de trabalho voluntário. “Minha paixão de infância se tornou um propósito de vida”, comenta ao relatar que participa de eventos sociais e culturais como cosplayer.

Nos últimos cinco anos, a atuação artística em ações beneficentes se intensificou. O Power Ranger Vermelho de Cachoeirinha participa do McDia Feliz – programação em prol do Instituto do Câncer Infantil – e eventos para crianças de comunidades carentes na cidade e região.  A esposa, Larissa, e filha, Bianca (mais conhecida como Bibi), já o acompanhavam e hoje também participam como cosplayers. Crianças e adultos mais nostálgicos ficam encantados com os personagens, que sempre incentivam a prática do bem. E por essa razão, Kelvin não cogita se desfazer de nenhuma das peças dos super-heróis de trajes coloridos.

Com mais de 50 videogames, milhares de publicações de desenhos e séries, além de brinquedos ainda lacrados, o morador do Jardim Betânia também guarda memórias afetivas de suas coleções. Entre as fitas VHS, por exemplo, há um filme do Pateta que assistiu várias vezes ao lado do pai. O artista também tem um carinho especial pelo videogame Nintendo 2DS – Edição Especial do Mario Bros, os antigos Pense Bem e Megadrive (aparelhos do final dos anos 80) e as TVs da Disney – atualmente possui três modelos: Ursinho Pooh, Princesas e Carros.

O cosplayer mantém cuidados para preservar cada coleção e planeja realizar exposições futuramente. Já recebeu convites para mostrar suas “relíquias” em várias ocasiões. Além dos itens alusivos a desenhos e filmes, ele também guarda peças como moedas e notas antigas e de edições especiais, tazos e aparelhos que eram muito populares em sua infância, como a câmera fotográfica TekPix e o Tamagotchi.

Reportagem e fotos: Priscila Milán/Grupo Giro

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