Nessa época do ano, a saúde do homem ganha mais evidência por conta da campanha “Novembro Azul”. O câncer de próstata, por exemplo, representa cerca de 29% de todos os casos entre os homens, com aproximadamente 70 mil novos diagnósticos por ano. A boa notícia é que, quando detectado precocemente, o câncer tem mais de 90% de probabilidade de cura. Além da neoplasia, outras condições, como a hiperplasia benigna da próstata e problemas hormonais, também acometem os homens com certa frequência. É fundamental ampliarmos a cultura da prevenção!
O câncer de próstata se desenvolve por uma combinação de fatores genéticos, hormonais, ambientais e de envelhecimento. Há envolvimento hormonal, porém não se trata de uma disfunção. Os principais fatores de risco são a predisposição genética e a idade avançada. As células tumorais surgem a partir de mutações genéticas das células prostáticas. Além do toque retal, o exame de PSA, realizado por meio de uma coleta de sangue, auxilia no diagnóstico. É importante destacar, entretanto, que o exame alterado nem sempre indica câncer. A hiperplasia prostática benigna, a prostatite, bem como a ejaculação recente, os exercícios físicos e o toque retal também podem interferir no resultado. O mais importante é sempre ouvir o seu urologista.
O câncer de próstata é classificado de acordo com o grau de diferenciação das células tumorais, a partir de uma escala chamada Gleason. A pontuação varia de seis a dez, sendo seis o menos agressivo. Os tratamentos curativos incluem a cirurgia de prostatectomia radical (quando a próstata é retirada) e a radioterapia. Para casos mais avançados, realizamos o bloqueio hormonal. E em situações excepcionais, a quimioterapia e a braquiterapia. Algumas sequelas, como disfunção erétil, incontinência urinária, perda da libido e perda muscular podem ocorrer, dependendo da terapia realizada.
Após o tratamento do câncer de próstata é fundamental realizar monitoramento periódico, geralmente com a dosagem de PSA. Em caso de alteração, é necessário executar outros exames para identificar o local de recidiva. Quase todos os homens desenvolvem algum grau de aumento da próstata após os 50 anos. No entanto, nem todos apresentam sintomas ou precisam de alguma intervenção. O surgimento do câncer de próstata depende de vários fatores, mas a probabilidade de desenvolvê-lo aumenta significativamente com a idade. Devemos ter atenção especial em casos com histórico familiar da doença.
É importante mencionar também a hiperplasia prostática benigna (HPB) e as questões hormonais. A HPB é o aumento natural e benigno da próstata, não é e nem evolui para câncer. Ela pode causar sintomas urinários como: dificuldade miccional, aumento da frequência urinária, entre outros. O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, podendo envolver o uso de laser, ressecção endoscópica, cirurgia robótica ou aberta. Já sintomas como fadiga, perda ou diminuição da libido e disfunção erétil sugerem a necessidade de uma avaliação hormonal. O hipogonadismo (baixa testosterona) é uma condição que pode afetar a saúde óssea, a libido e o humor.
Por isso, reforço que, não apenas em novembro, mas em qualquer mês do ano é importante visitar seu médico e realizar um check-up. Assim como as mulheres, os homens devem ter consciência de que a prevenção é a melhor alternativa para uma vida saudável e prolongada. Afinal, quem procura, cedo cura!
*Dr. Jeverson Wagner é médico urologista do Hospital Dom João Becker. O especialista foi o convidado desta terça-feira (4/11) do programa Papo de Saúde. Clique aqui para assistir a entrevista sobre saúde masculina.
